quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quarenta e nove

27 de janeiro de 2014. 10:00h. Half of My Heart começou a tocar, acordei e desligar a música não foi o primeiro pensamento do dia. Era o dia. Era sim ou não. Tudo ou nada. Era o resultado que eu aguardei durante o ano passado inteiro, era o resultado que me fazia querer continuar mesmo quando o cansaço e o peso de trabalhar e estudar queriam me parar. Ver que me classifiquei em 49° lugar de 50 vagas, me fez ficar por quinze minutos sussurrando para mim mesma que eu seria unespiana, para tentar me convencer de que era real. O meu objetivo se tornou minha conquista. Lembrei dos dias em que o cansaço do meu trabalho fazia com que eu quisesse dormir nas aulas à noite, lembrei das crises que tive e das pessoas que estavam ao meu lado. Tudo aquilo fazia sentido naquele momento. Era o meu momento. Era a minha vez. Era o meu esforço ali, em um número. Quarenta e nove.




Passar em uma universidade pública é um dos melhores e maiores sentimentos que eu pude sentir. Duas vezes. A primeira, em 2011, ainda cursava o Ensino Médio, a segunda, em 2014. Na primeira, Design de Produto, na segunda, Jornalismo. Parar para pensar nessas duas conquistas me fez enxergar em como mudamos em pouco tempo, em como um dia, uma semana, um ano fazem diferença. A primeira vez que sai de casa, ainda menor de idade, foi sem preparo algum. Não sabia fazer absolutamente nada, desde as coisas mais simples - como fazer arroz - até as mais complexas - ir ao banco e resolver questões sobre. Agora, na segunda vez, maior de idade, com a cabeça um pouquinho mais no lugar, sinto que estou preparada para tudo - ou quase tudo - que está para vir.

Ovo, farinha, creme de barbear, tinta e muita felicidade. Tais ingredientes me acompanharam no dia 27/01 inteiro. Na rua enquanto pedia moedinhas no sinal e dentro do McDonald's, enquanto comia o lanche que comprei com as tais moedinhas do pedágio. Pois é. Eu estava feliz, estava com pessoas que importam à minha volta e nada mais passava pela a minha cabeça do que a felicidade daquele simples momento: comer McDonald's com as moedinhas do pedágio com os amigos após aprovação no vestibular. Ah, os pequenos prazeres da vida...

11/02. 11:23h. Pisei na cidade sem limites, em Bauru, onde se encontra o campus - o maior, aliás - da Unesp. Estava tão sonolenta que por alguns minutos esqueci o que estava fazendo por lá. Assim que minha mãe pediu ao taxista para nos levar ao Campus da Unesp, percebi que sim, eu estava prestes a fazer a matrícula. Mais ovos, mais tintas e mais felicidade. A música alta, o clima do lugar, os sorrisos de cada pessoa presente, aumentou ainda mais aquele sentimento gostoso que surgiu em mim desde o dia em que descobri que fui aprovada. Ouvir veteranos gritando o meu nome, me reconhecendo, abraçando, me fez ficar cada vez mais pertinho daquele mundo. Do meu mundo, do mundo que eu faria parte.




Sabe aquela história de que muitas coisas ruins trazem consequências bonitas? Se eu tivesse sido aprovada em Design na Unesp no começo do ano passado, eu não teria trabalhado em um dos melhores estúdios fotográficos da minha cidade, eu não teria entrado em um novo cursinho e conhecido pessoas incríveis que levarei comigo, eu não teria a oportunidade de pensar mais em Jornalismo, não teria a oportunidade de estar dia 11/02, na FAAC, na seção de Comunicação, para fazer a minha matrícula. Eu não seria metade do que sou hoje, por mais clichê que isso soe. Foi a consequência mais bonita que um fato ruim me trouxe.

Tanta coisa está por vir. Coisas que eu nem imagino.
Eu mal posso esperar. Mal posso esperar para dar início aos melhores anos da minha vida.

2 comentários:

  1. Ai, que lindo :( "Sabe aquela história de que muitas coisas ruins trazem consequências bonitas?" Espero que esta frase também faça sentido na minha vida. Ler estas coisas me incentiva bastante. Parabéns, Bruna!!!! Que você aproveite muuuuuito. Tudo de melhor. Muito sucesso!

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  2. Vamos que vamos! Eu sabia que esse seria o seu ano. Esse é só o começo, a primeira coisa riscada da lista de sonhos. Vamos que ainda tem muito mais, amiga. Parabéns, se novo. Te amo!

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