Depois do vestibular, de ser aprovada, de acreditar que a mudança chegaria, era, de fato, a hora de mudar.
Mudei para Bauru no dia 15 de março. Logo, comecei a arrumar o meu cantinho, tentei deixá-lo com a minha cara, o meu jeito. Só quem compartilhou quarto com irmão a vida inteira sabe como é gostoso ter, finalmente, um canto só seu.
Mudei para Bauru no dia 15 de março. Logo, comecei a arrumar o meu cantinho, tentei deixá-lo com a minha cara, o meu jeito. Só quem compartilhou quarto com irmão a vida inteira sabe como é gostoso ter, finalmente, um canto só seu.

A primeira semana na UNESP foi rica em palestras, palestras sobre o curso, sobre as áreas do curso e as expectativas para o mesmo. Infelizmente, só compareci em uma, pois o fato de eu ter ido em grande parte das festas da primeira semana (que aliás, foram incríveis) dificultou eu acordar cedo para comparecer nas palestras.
Uma coisa que me chamou atenção em Bauru é o tempo. O dia pode amanhecer ensolarado, sem nenhum indício de chuva que, algumas horinhas depois, uma chuva pode cair. Assim, do nada. Aprendi que é essencial ter um guarda-chuva na bolsa, mesmo que tudo indica que não vá chover (em Bauru, vai sim).
O céu de Bauru é incrível. Nas vezes que fui nas festas da primeira semana, observei o Sol nascer, o céu ficar pincelado com diversas cores. Sabe quando olhamos para o céu e vemos arte? Nos sentimos até mais vivos por isso? É assim que eu me senti todas as vezes que pude ver o céu clareando, o dia nascendo.
Uma das maiores vantagens de morar em prédio, na minha opinião, é poder olhar para a sacada quando o Sol se põe. Tenho vontade de ficar olhando até ele sumir completamente. Sem nada em mente, só... observar.
Eu sempre gostei das pequenas coisas da vida, as mais simples, do dia-a-dia, mas depois que eu me mudei para Bauru, que comecei a morar sozinha, a ser obrigada a ter mais responsabilidade, meu gosto pelas pequenas coisas da vida aumentou. Cada céu pincelado importa, cada detalhe, cada olhar, cada contato, cada compra no supermercado, receita na internet, contas para pagar, cada compromisso agendado, tudo parece ser importante, mais do que um dia eu cogitei que seria.
A mudança é a única constante na vida. Tudo sempre muda. Tudo sempre vai. Às vezes volta. Às vezes fica ou vai de novo. A mudança traça e até cria caminhos que não imaginamos até o ponto em que nos vemos prestes a dar o primeiro passo. Ah, o tal famoso primeiro passo, aquele passo que nos dá um frio na espinha só de pensar nele. Aquele passo tímido, meio desastroso, aquele passo que nos dá vontade de dar dois para trás. A mudança te puxa pelos braços, te leva para ruas desconhecidas, para pessoas desconhecidas. Ela, enfim, te leva para o desconhecido. O desconhecido que, um tempinho depois, se torna o seu lugar, o seu mundo, onde você pertence. Até que a mudança surge de novo e lá vai ela querer te puxar para outra direção, para o outro desconhecido e outro e outro e outro... De quantos desconhecidos e de quantas mudanças precisamos para saber que a vida só é vida enquanto pudermos mudar?
Obs: para quem quiser seguir o blog, é só clicar em "follow" acima ou clicar aqui. Obrigada!